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Enquanto alguns aspectos do tempo são gravados, duas cidades seguem seus fluxos.
Brasília. Os solares acontecem a partir da espera. Eles delimitam a intensidade da luz, que envolve o ateliê, e decalcam os momentos de ausência que ali ocorrem. O trabalho está em processo, mas a artista está ausente.
Os dias passam na Casa D, enquanto a incidência específica de claridade atravessa as janelas, fazendo visitas diárias. Sob esse claro, constante e preciso se delimitam as horas. Mas o cotidiano da casa não está no ateliê. É assim que o tempo desse espaço cerrado desconhece as imperfeições rítmicas dos dias, segue um fluxo ininterrupto.
Enquanto o trabalho se faz, transcorre uma especulação sobre a particularidade da luz e da percepção do dia, nessa cidade, simulada no lugar restrito do ateliê. Especula-se sobre a experiência cronológica e meteorológica dos dias no espaço urbano.
No entanto, o ato de especular sobre a distinção do tempo em Brasília deriva dos pensamentos distanciados, através das métricas espaço-temporais. Essa experiência só pode ser restaurada por meio dos trechos da lembrança, da memória, das sensações. Os dias da cidade já não integram mais o cotidiano, mas com alguma frequência são revisitados no ateliê.
Desse modo, à medida que luz grava as imagens, o trabalho evidencia a ausência da artista. Os solares se fazem pela ausência.
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Dos tempos de pausa de trânsito entre duas cidades, o processo não pode ser finalizado até que as distâncias se estreitem, na vivência provisória de quem retorna a cidade que já não habita.
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São Paulo. A vida transcorre no outro espaço urbano, sob os ritmos abertos pelas imprecisões dos segundos. A partir da experiência presente, a reflexão sobre o tempo na segunda cidade se constrói como um metrônomo descompassado.
Nesta cidade o trabalho também acontece, mas pela presença e descoberta de lugares. Os olhos, os pés e um carimbo – com uma única frase “Isto é arte” – se constituem como matéria-prima para o processo da artista, que não se faz no ateliê e sim pelo deslocamento.
Ao se deslocar, o processo artístico encontra outros tempos visíveis, impressões que fazem do fluxo da cidade, sua matriz. O espaço está descoberto, à mercê dos dias. O trabalho não corre paralelo aos dias e sim imbricado neles. Trata-se da busca pelos vestígios do tempo impresso na cidade.
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Os solares expõem alguns aspectos do tempo. Configuram-se como um tipo de relógio solar do pretérito.
A velocidade vagarosa com que as gravações ocorrem exige longas esperas e, na sombra das horas, o processo acontece de modo imperceptível, semelhante ao ritmo de crescimento de fios de cabelo.
Nesse momento, as horas passadas se tornam visíveis e permanentes. O relógio pretérito sobrepõe os dias até que eles comecem a esboçar as primeiras gravações. Segundo a sua lógica particular, a métrica do dia, a partir da luminosidade, faz com que horas gravem presenças distintas sob o papel: cada momento solar tem um efeito específico; cada período do ano propõe uma densidade particular para a luz do sol. E todas essas nuances, sobrepostas em camadas, simulam a regularidade do tempo.
A regularidade exposta por essa forma de gravar, num primeiro momento, se faz em oposição à ideia de conservação. Abre-se a luz para que os dias apartem a cor, que perde progressivamente suas propriedades, criando formas. Um procedimento visual que torna o tempo presente. Mas alguns pontos estão protegidos, utilizando a lógica da conservação, para que os espaços abertos pelo sol fiquem evidentes.
O trabalho se torna uma matriz da cor adulterada [pelo processo]. É retirado da luz e datado:
23.07.2013 | 28.09.2013.
Foto: Bruno Bernardes